Autarquia responde às críticas da Quercus com números
O município de Vila Real reagiu, na terça-feira, às críticas da Quercus em relação ao Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) da cidade, em que os ambientalistas se manifestaram, sobretudo, contra o número de cortes de árvores que a requalificação da Avenida Carvalho Araújo vai implicar.
O executivo camarário, liderado pelo socialista Rui Santos, emitiu um comunicado onde dá conta que a carta aberta, enviada pela instituição à câmara, contem “diversas imprecisões” e que “poderão induzir os munícipes a conclusões erradas”. É com o objetivo de “corrigir” tais imprecisões que a autarquia apresenta explicações sobre dois projetos: o da zona envolvente da estação e o projeto de requalificação da Av. Carvalho Araújo.
Sobre este último projeto, o município respondeu com números, apontando que a área acessível a peões vai passar de 7 332 m2 para mais de 11 mil; a área permeável (m2) também vai aumentar de 1 118 para 1 831 e o número de árvores de 57 para 76. No entanto, o índice de impermeabilização passará de 0,92 para 0,88 e a área impermeável (m2) de 13 598 para 12 886.
Assim sendo, a câmara refere que os números “desmentem as afirmações feitas de que a avenida ficará pior do que está e confirmam a sintonia dos princípios que estiveram subjacentes à elaboração do projeto”.
No entanto, no mesmo documento, também reconhecem que a requalificação da avenida implica “impactos negativos”, ainda que os considerem como sendo “inevitáveis” e fruto das obras, como as limitações ao tráfego automóvel, a circulação de máquinas pesadas, a produção de poeiras, o ruído ou os constrangimentos à circulação.
Quanto às árvores, o executivo reconhece que as mesmas só atingiram os índices de cobertura atuais “passado algum tempo”, o que consideram normal quando há substituição de árvores.
“Reconhecemos que o coberto arbóreo e o índice de área coberta só atingirão a sua expressão máxima passado algum tempo, o que também é habitual quando se procede à substituição de árvores”, referem, acrescentando, porém, que as 76 árvores ficarão, na maioria, “em amplas zonas permeáveis, formando duas grandes manchas verdes para usufruto das pessoas e para a promoção da necessária amenidade ambiental da avenida”.
Relativamente à zona da estação, em que a Quercus aponta que o projeto “parece promover uma excessiva impermeabilização do solo” e dá como exemplo a rotunda existente em frente ao colégio da Boavista, a câmara refutou tais afirmações, referindo que “não correspondem à verdade”, justificando que os materiais existentes nos passeios e nos lugares de estacionamento “são basicamente” os mesmos do projeto.
Já sobre a reivindicação de mais ciclovias, por parte da Quercus, o município refere que a cidade de Vila Real “é uma cidade consolidada, onde o espaço público está, há muito, limitado”.